Simpósios Temáticos

ST 1 - Narrativas da Terra: Literaturas Plurais, Memória e Território

Resumo

Este simpósio temático propõe um espaço de diálogo crítico sobre as literaturas plurais em suas manifestações regionais, indígenas, africanas e periféricas, compreendidas como formas de inscrição, disputa e reinvenção de territórios simbólicos, afetivos e culturais. Fundamentada nas contribuições teóricas de Michel Foucault e Gilles Deleuze, esta proposta problematiza a noção de identidade cultural como essência estática, enfocando as literaturas como práticas discursivas e fabulações que performam espaços e subjetividades. Considerando as narrativas da terra como dispositivos micropolíticos da memória, o simpósio convida a refletir sobre a literatura como patrimônio imaterial em movimento, sobre o narrador enquanto operador de saberes locais, e sobre o espaço geográfico como agente narrativo. Busca-se acolher trabalhos interdisciplinares que explorem como a linguagem, o folclore, os personagens típicos e as paisagens constituem forças de resistência à homogeneização cultural e desenham cartografias da diferença.Com base em abordagens teóricas dos estudos culturais, dos estudos literários e da filosofia da diferença, este simpósio visa reunir pesquisadores que investiguem os vínculos entre literatura, memória e território, reconhecendo a ficção como um poderoso campo de resistência e produção de novas territorialidades simbólicas.

Palavras-chave

Literaturas plurais. Memória cultural. Território narrativo. Subjetivação; Resistência cultural.

Referências:

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FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

HAESBAERT, Rogério. O Mito da Desterritorialização. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

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PEÇANHA, Érica. Narrativas periféricas: entre pontes, conexões e saberes plurais. São Paulo: IEA/USP, 2020.

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CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2011.

Proponentes

Resumo

Na contemporaneidade, é possível observar que o Brasil tem enfrentado perdas irreparáveis do seu patrimônio cultural. Incêndios, enchentes e o descaso histórico com a manutenção de acervos revelam uma fragilidade estrutural na forma como tratamos a nossa memória. Diante desse cenário, a digitalização e os usos das tecnologias têm se estabelecido como ferramenta estratégica de salvaguarda do patrimônio. Instituições como o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) tem apontado um novo direcionamento nessa perspectiva e destaca, por exemplo, no novo Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) 2025–2035, a preservação digital como eixo estruturante da política museológica para os próximos dez anos, orientando na diretriz 2.9 a instituição e regulamentação de procedimentos para a salvaguarda, preservação e difusão de acervos nato-digitais e digitalizados. É nesse panorama que o Simpósio Temático ” Tecnologias digitais e patrimônio cultural: estratégias contemporâneas de salvaguarda e acesso aos bens culturais. ” se estabelece como um espaço essencial para debater as tecnologias digitais aplicadas à preservação cultural. Reunindo acadêmicos e profissionais, busca-se analisar e disseminar experiências inovadoras no uso de ferramentas digitais para registrar, documentar, conservar, interpretar e comunicar o patrimônio, fortalecendo assim sua salvaguarda e acesso público. Serão aceitas pesquisas científicas que envolvam o uso de tecnologias de informação e comunicação do patrimônio cultural. Temos nesse universo, digitalização 2D e 3D, outras experiências como Heritage Modelling, um campo interdisciplinar que envolve a representação digital precisa e detalhada de bens culturais e patrimoniais, como edifícios históricos, sítios arqueológicos, monumentos, objetos e paisagens culturais, além de integrar à expografia digital, comunicação museológica, georreferenciamentos, conservação preventiva (modelos para avaliar condições físicas e estruturais) e de contribuir para a musealização de sítios e paisagens culturais em ambientes digitais.

Palavras-chave

Preservação digital. Heritage Modelling. Tecnologias digitais no patrimônio.

Referências

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UNESCO. Digital heritage. Concept of Digital Preservation. Disponível em:https://en.unesco.org/themes/information-preservation/digital-heritage/concept-digital-preservation. Acesso em: 16 jun. 2025.

Proponentes

Resumo

Este simpósio temático propõe refletir criticamente sobre os jogos como manifestações culturais na interseção entre direitos culturais, economia criativa e práticas lúdicas contemporâneas.  Os jogos — analógicos, digitais ou tradicionais — são aqui compreendidos como vetores de significação patrimonial, espaços de experiência cultural e meios de circulação simbólica., sendo uma categoria emergente na interface entre cultura, direito, economia criativa e identidade coletiva. A proposta busca reunir pesquisadores, comunidades e profissionais que discutem os jogos como dispositivos de apropriação patrimonial, instrumentos pedagógicos e elementos de potencial econômico e criativo. Jogos patrimoniais são práticas lúdicas com carga simbólica e representacional ancorada em expressões culturais específicas, historicamente situadas e juridicamente reconhecidas. Segundo a tese de Schmidt (2022), tais jogos se constituem em produtos da economia criativa que não apenas reproduzem culturas, mas reconfiguram valores patrimoniais e promovem experiências estéticas e identitárias. A proposta se ancora em autores como Huizinga e Caillois, chegando à contemporaneidade com os aportes de Santaella e Sinek, além de mobilizar os marcos legais da UNESCO e os fundamentos brasileiros de proteção ao patrimônio cultural, com destacada ênfase a Constituição de 1988. A compreensão dos jogos como campo autônomo, mas em permanente tensão com as estruturas sociais, permite visualizar sua relevância no debate sobre cultura e desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave

Direitos culturais. Jogos patrimoniais. Economia criativa.

Referências

CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens. Lisboa: Cotovia, 1990.

CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas. São Paulo: EDUSP, 2008.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 2014.

SANTAELLA, Lúcia. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.

SCHMIDT, Albano Francisco. Jogos patrimoniais: diálogos entre cultura, direito, economia e criatividade. Tese (Doutorado em Patrimônio Cultural e Sociedade) – UNIVILLE, 2022.

SINEK, Simon. O jogo infinito. São Paulo: Sextante, 2020.

Proponentes

Resumo

Nas últimas décadas, as pesquisas sobre história e patrimônio ambiental têm ocupado novos espaços e atraído a atenção de pesquisadores de diversas áreas. No campo da história, os estudos sobre as relações entre os seres humanos e a natureza, iniciados na segunda metade do século XX, têm se tornado mais abrangentes e menos antropocêntricos. Em relação ao campo do patrimônio cultural, o diálogo e as trocas interdisciplinares, contribuíram de forma definitiva para o alargamento das discussões ainda muito restritas até pouco tempo ao patrimônio arquitetônico. O crescimento de temas que abrangem o conceito de paisagem cultural ampliou o universo das discussões patrimoniais que envolvem questões, como: modos de vida, saberes agrícolas e extrativistas das comunidades tradicionais, literaturas, técnicas alimentares, fortalecimento das ciências agrárias, preservação de áreas de florestas e a manutenção dos biomas – na sua relação com diversos sujeitos humanos e não-humanos. Nesse contexto de novas discussões, os desastres socioambientais que se ampliam em tempos de antropoceno fornecem elementos importantes para a compreensão do viver em uma Sociedade de Risco. Nesse sentido, o simpósio temático se volta para questões mais amplas e busca oferecer um espaço de reflexão e debate para pesquisadores que pensam o tema da história e do patrimônio ambiental no passado e no presente.

Palavras-chave

História e patrimônio ambiental. Paisagem cultural. Desastres socioambientais.

Referências

AB’SÁBER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

BECK,Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2011.

DEAN, WARREN. A ferro e Fogo: A história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das letras , 1997.

FREYRE, Gilberto. Nordeste: Aspectos da Influência da Cana sobre a Vida e a Paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro, 1985

HARAWAY, Donna. Antropoceno, capitaloceno, plantationoceno, chthuluceno: fazendo parentes. ClimaCom, ano 3, n. 5, 2016.

MARQUES, Luiz. O decênio decisivo: propostas para uma política de sobrevivência. São Paulo: Elefante, 2023.

NODARI, Eunice Sueli et al. História ambiental em rede: novos temas e abordagens. Governador Valadares: Univale Editora; Passo Fundo: Acervus, 2022.

PÁDUA, José Augusto. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

SCHAMA, Simon. Paisagem e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

WORSTER, Donald. Transformações da Terra: para uma perspectiva agroecológica na História. Ambiente e Sociedade, v. 5, n. 2, p. 23-44, 2003.

Proponentes

Resumo

O Simpósio Temático propõe um espaço de reflexão crítica e troca de experiências  sobre as múltiplas formas de pensar, cuidar e comunicar o patrimônio cultural a partir de perspectivas decoloniais e sustentáveis. Os estudos pós-coloniais e o movimento de decolonialidade, têm levado a centros culturais e museus à uma revisão dos objetos, acervos e coleções, possibilitado novas aquisições, bem como na expografia e práticas curatoriais que vem promovendo modos de subjetivação de existência, voltados às práticas de liberdade e narrativas plurais reimaginando o patrimônio cultural. O simpósio busca reunir pesquisadoras(es), educadoras(es), profissionais de museus, ativistas e comunidades envolvidas na gestão e preservação patrimonial, para discutir práticas museológicas que rompam com narrativas hegemônicas; promovam a valorização de saberes plurais, de povos originários e comunidades tradicionais e combate ao racismo estrutural; promovam a valorização das comunidades tradicionais e seus saberes-fazeres; possibilitem a renovação de processo de criação e a forma de apresentação de exposições, objetos, acervos e coleções; oportunizem formas de circulação, comunicação, acessibilidade e a qualidade da fruição do público; valorizem a sustentabilidade e a gestão eficiente dos museus na preservação do patrimônio cultural; destaquem a ressignificação de objetos descartados, rejeitados ou cotidianos; viabilizem a incorporação de novas expressões artísticas e testemunhos sociais nos museus entre outras abordagens que desafiam as noções convencionais de valor patrimonial. Refletir sobre o uso compartilhado do patrimônio cultural como oportunidade para promover diálogos e vivências inclusivas com os bens culturais. Ao reimaginar o patrimônio pretende-se colocar em debate ações decoloniais, que reflitam sobre estratégias sustentáveis que integrem memória, justiça social, responsabilidade socioambiental em museus e construção de novas epistemologias.

Palavras-chave

Patrimônio. Museus. Decolonialidade.

Referências

ACHINTE, Adolfo Albán. Arte, docencia e investigación. In: BORSANI, María; QUINTERO, Pablo (orgs.). Los desafíos decoloniales de nuestros días: pensar en colectivo Neuquén. EDUCO – Universidad Nacional del Comahue, 2014.

BRULON, Bruno. Descolonizar o pensamento museológico: reintegrando a matéria para re-pensar os museus. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 28, p. 1–30, 2020.

BRULON, Bruno. Fragmentos de um futuro sem passado: Museologia e o desafio da “descolonização”. In: Museologia e Patrimônio v 7. ESECS – Instituto Politécnico de Leiria, Portugal, 2021.

CURY, Marília Xavier. Povos indígenas e museologia: experiências nos museus tradicionais e possibilidades nos museus indígenas. Descolonizando a museologia: museus, ação comunitária e descolonização = Descolonizando la museología: museos, acción comunitaria y descolonización = Decolonising museology: museums, community action and decolonisation. Paris: ICOM. 2020.

CHAGAS M.; GOUVEIA I. Museologia Social: reflexões e práticas. Cadernos do CEOM, v. 27, n. 41, p. 9-22, 2014.

COSTA, Luciana Ferreira da. Museologia no Brasil, Século XXI: atores, instituições, produção científica e estratégias. João Pessoa: CCTA, 2018.

MELO, Roberta Madeira de; ROSA, Elza Viera da; POSSAMAI, Zita Rosane. Para decolonizar os museus: desafios e possibilidades. Memória em Rede, Pelotas, v. 16, n. 31, p. 1–17, jul./dez. 2024. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/Memoria. Museu Nacional da Imigração e Colonização. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=444733. Acesso em: jun 2025.

PARZINGER, Hermann. Geteiltes Erbe ist doppeltes Erbe. Frankfurter Allgemiene. 2016. Disponível em: https://www.faz.net/aktuell/feuilleton/shared-heritage-geteiltes-erbe-ist- doppeltes-erbe-14481517.html. Acesso em:jun 2025.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do Poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). Colonialidade do Saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina, p. 107-130, 2005.

Proponentes

Resumo

Este Simpósio Temático busca promover um diálogo interdisciplinar entre museologia e arquitetura, evidenciando os museus como espaços vivos e dinâmicos, construídos por práticas institucionais, relações socioculturais, materialidades urbanas e paisagens simbólicas. Os museus são compreendidos como territórios em constante movimento entre passado e presente, tradição e inovação, memória e reinvenção. Inseridos na cidade, tensionam o espaço urbano, ressignificam patrimônios edificado e ativam discursos sociais por meio de seus acervos, curadorias e configurações espaciais. A museologia contemporânea demanda uma revisão crítica de seus fundamentos tradicionais, ultrapassando técnicas de preservação e exibição para abarcar disputas por visibilidade, pertencimento e justiça social. Musealizar é, portanto, uma prática que envolve sujeitos, objetos, memórias e territórios, posicionando os museus como espaços de escuta e ação que promovem representatividade, diversidade e democratização do acesso aos bens culturais. Paralelamente, a arquitetura dos museus transcende a função de invólucro neutro: participa ativamente da experiência museológica, construindo narrativas, organizando fluxos, criando atmosferas e estabelecendo vínculos simbólicos com públicos e contextos. A implantação de museus em edifícios históricos, por exemplo, preserva o patrimônio material e ativa espaços de memória e diálogo temporal, conferindo protagonismo à arquitetura como linguagem e mediação. Este simpósio situa-se na intersecção entre arquitetura, museologia e urbanismo, refletindo sobre museus como dispositivos complexos que articulam práticas expográficas, gestão de acervos, projetos arquitetônicos, requalificação patrimonial e ações educativas. O museu é pensado como parte de uma ecologia urbana ampla, onde espaço edificado, território e cidade atuam como agentes ativos no processo museal. A cidade, inspirada pela figura do flâneur, é vista como território de deambulações sensíveis, espaço de contradições onde o museu atua como ponto de inflexão entre solidão e encontro, memória e esquecimento. Conforme Milton Santos, o espaço é material e simbólico, resultado das relações entre sujeitos e práticas sociais, fazendo dos museus agentes espaciais que interpretam, transformam e atribuem novos sentidos aos lugares.

Palavras-chave

Museologia. Arquitetura. Patrimônio cultural.

Referências

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2008.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2007.

VERGÈS, Françoise. A crise do pensamento anticolonial. São Paulo: Ubu Editora, 2023.

Proponentes

Resumo

Este Simpósio Temático propõe um espaço de diálogo interdisciplinar sobre os cruzamentos entre patrimônio alimentar, práticas socioculturais, saberes tradicionais, territórios, biodiversidade e os desafios contemporâneos da propriedade intelectual. Parte-se da compreensão de que os sistemas alimentares tradicionais, os modos de fazer e os territórios produtivos vinculados à biodiversidade são construções coletivas, moldadas por processos históricos, ambientais e sociais. Esses sistemas envolvem dinâmicas de resistência, circulação de saberes, relações de poder e formas próprias de gestão territorial e dos bens comuns. Discutem-se os impactos da biopirataria, da globalização, das mudanças climáticas, da digitalização e da mercantilização sobre práticas alimentares e saberes locais, bem como os limites e possibilidades de instrumentos como Indicações Geográficas, Marcas Coletivas, Selos de Origem, acordos de repartição de benefícios e formas jurídicas de proteção aos conhecimentos tradicionais e ao patrimônio genético. O Simpósio acolhe trabalhos de todas as áreas do conhecimento, bem como contribuições de experiências comunitárias, estudos técnicos e práticas tradicionais, promovendo a troca entre diferentes formas de produção de conhecimento.

Palavras-chave

Patrimônio Alimentar. Propriedade Intelectual. Saberes tradicionais.

Referências

COELHO, Daniele Maia Teixeira. A dicotomia natureza e cultura no âmbito das políticas públicas de proteção do patrimônio cultural imaterial brasileiro. 2017. Tese (Doutorado em Ciência Ambiental) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em:

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MATTES, Anita; DUPRAT, Mariana; GUSSO, Luana. Patrimônio gastronômico: o reconhecimento da alimentação como um patrimônio cultural imaterial. Revista Confluências Culturais, v. 11, n. 2, p. 45–57. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.21726/rcc.v11i2.1813. Acesso em: 25 jun. 2025.

CARVALHO, Luciana Gonçalves de; SIMÃO, Lucieni de Menezes. Notáveis ausências nos vinte anos da política de patrimônio cultural imaterial no Brasil. In: Patrimônio imaterial e políticas públicas no Brasil. SOARES, Inês Virgínia Prado; LANARI, Raul Amaro de Oliveira; CAMPOS, Yussef Dalibert Salomão de (Orgs.) Belo Horizonte: Letramento, 2021.

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Proponentes

Resumo

A proposta do simpósio é criar um momento de discussão interdisciplinar entre pesquisadores que têm a cultura material como parte dos seus estudos. As coisas, apesar das controvérsias, são essenciais para a vida humana e não estão desvinculadas da dimensão imaterial. Podem ser entendidas como documentos, fontes. Podem ser produtos ou vetores do comportamento humano. Podem ser suportes de linguagens, meios de comunicação, podem ser ícones, símbolos. Podem ser objetos de consumo, lixo, acervos, monumentos. Podem ser patrimônio cultural. Fazem parte de paisagens, unidades de conservação, territórios, do urbano e do rural, dos museus… Por todas estas facetas as coisas são pautados em muitos campos do conhecimento. Nossa intenção é provocar um debate a partir das seguintes questões: Como garantir a conservação de bens imóveis com o avanço da urbanização e mudanças climáticas? Como os grupos sociais se relacionam com os bens patrimoniais materiais? Que apropriações acontecem? Que políticas deveriam sem implantadas para a solução dos problemas na perspectiva da sustentabilidade socioambiental? Quais desafios e questões o patrimônio cultural material tem suscitado? Que avanços nas formas de gestão têm emergido do campo acadêmico?

Palavras-chave

Cultura material. Patrimônio cultural. Sustentabilidade.

Referências

GONÇALVES, José Reginaldo. Teorias antropológicas e objetos materiais In: Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios. Rio de Janeiro: IPHAN. p. 14-42, 2007.

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MILLER, Daniel. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

 

Proponentes

Resumo

Uma crise afeta Organizações Internacionais multilaterais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e à Cultura, Unesco. Os conflitos bélicos que eclodiram no século XXI colocam em xeque o compromisso de disseminação da paz e proteção e promoção dos Direitos Humanos. A representatividade eurocentrada nestes organismos e suas instâncias motivam a interrogação das políticas do e para o patrimônio e da colonialidade do ser, do saber e do poder. As discussões acerca dos patrimônios cultural, natural e misto cuja preservação e promoção sejam de interesse planetário não são imunes ao cenário apresentado. A partir destas premissas interrogamos de que modo patrimônios mundiais da Unesco e/ou patrimônios da humanidade se revelam como protetores ou violadores de direitos humanos? Como as políticas do e para o patrimônio são afetadas e em que medida se distanciam da colonialidade do ser, do saber e do poder? Este Simpósio Temático propõe reunir pesquisadores que se dediquem ao estudo de patrimônios culturais, naturais ou mistos de escala planetária. O ST tem o objetivo de compreender e interpretar a gestão, a fabricação e a modelagem de patrimônios de interesse planetário em sua dimensão hermenêutica e também os estatutos heurístico e ôntico dos valores patrimoniais. Nesta edição do ST serão acolhidos trabalhos que se dediquem à análise e à crítica de políticas de patrimônio ou para o patrimônio; trabalhos que discutam a interface entre o patrimônio cultural com a violência ou proteção dos direitos humanos em nível local ou internacional; trabalhos que apresentem análises críticas aos processos de fabricação, modelagem e modelagem do patrimônio cultural; Igualmente, serão recebidos trabalhos que questionem o valor universal excepcional atribuível a patrimônios mundiais da Unesco; apresentem reflexões acerca de convenções internacionais sobre patrimônio cultural; se proponham a discutir justiça patrimonial.

Palavras-chave

Patrimônio Mundial. Políticas. Direitos Humanos.

Referências

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Proponentes

Resumo

A partir da temática geral do VII ENIPAC “Patrimônio Cultural, Cultura Digital e Decolonialidade” propomos a realização do Seminário Temático – Arte, Patrimônio, Cultura Digital e Decolonialidade. A arte contemporânea provoca sentimentos e sensações de perplexidade e de estranhamento, pois cada trabalho artístico é em si um sinal de possível descontentamento, reflexões e discussões sobre a própria noção de arte. A participação de poéticas de distintas etnias cada vez mais presentes em espaços expositivos e museais tensionam a colonialidade, provocam deslocamentos e questionamentos ao sistema da arte. As questões que envolvem o patrimônio, tecnologias digitais na perspectiva decolonial latino-americana em termos políticos e epistemológicos, são igualmente complexas e impõem desafios a serem pensados e discutidos. Esta proposta visa selecionar trabalhos que coloquem em discussão questões relativas à arte na contemporaneidade, suas interfaces com o patrimônio, a cultura digital e as questões decoloniais, dentre as quais estão: história da arte; arte e cultura digital; arte e instituição; poéticas ameríndias; a arte e o artista; produção artística; salvaguarda de acervos artísticos; acervos museológicos; exposição de arte; sistema da arte; discursos artísticos; patrimônio/patrimonialização da arte; arte e meio ambiente; arte-educação-ambiental; e ensino da arte.

Palavras-chave

Arte. Patrimônio. Cultura digital. Poéticas ameríndias. Decolonialidade.

Referências

BORSANI, María Eugenia; MELENDO, Maria José. (Org.). Ejercicios decolnizantes II. Artey experiencias estéticas desobedientes. Buenos Aires, AR: Del Signo, 2016.

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MIGNOLO, Walter. Histórias Locais/Projetos Globais. Colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2020.

PRADA, Juan Martín. Teoria del Arte y Cultura Digital. Madri, ES: Akal, 2023.

Proponentes

Resumo

O patrimônio industrial, conforme a Carta de Nizhny Tagil (2003), compreende os vestígios materiais de caráter histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico, assim como os locais onde se desenvolveram atividades relacionadas à indústria. Desta definição, a cultura material (artefatos, maquinarias, estruturas, edificações, meios de transporte, paisagens naturais e urbanas, entre outros elementos) tornou-se a principal referência para a compreensão do passado e do presente industriais, bem como para projetos de identificação e preservação do dito patrimônio. Contudo, vimos assistindo estudos e iniciativas que buscam evidenciar a sua dimensão imaterial colocando em destaque as memórias oralizadas e experiências de trabalhadoras e trabalhadores industriais alusivas a antigos ofícios, sociabilidades, religiosidades, formas de organização sindical, de movimentos reivindicatórios e de greves, vivências cotidianas de desigualdades de classe, gênero e raça nos espaços fabris e fora deles, bem como, percepções sobre as mudanças, no decorrer da segunda metade do século XX, do próprio sistema capitalista de base industrial que incidiram nas metamorfoses do trabalho industrial. O Simpósio Patrimônio industrial e Memórias do Trabalho pretende reunir investigadores, especialistas e gestores envolvidos com o patrimônio cultural em sua relação com o patrimônio industrial que se disponham a apresentar e discutir suas pesquisas ou experiências que associam memórias do trabalho aos desafios de identificação, valoração e proteção do patrimônio. Também serão bem-vindos trabalhos que relacionem o patrimônio industrial com memória documental acerca de transformações urbanas e rural, paisagens culturais, memórias institucionais e de industrializações locais, museus, representações artísticas e demais áreas e temas que envolvam o seu conhecimento e reconhecimento.

Palavras-chave

Patrimônio industrial. Patrimônio cultural. Memórias do trabalho.

Referências

CARTA DE NIZNHY TAGIL sobre o Patrimônio Industrial, 17 de julho de 2003. Revista Óculum Ensaios, Puccamp, tradução de Cristina Meneguello.

CORDEIRO, José Manuel Lopes Cordeiro. Desindustrialização e salvaguarda do patrimônio industrial: problema ou oportunidade? Oculum Ensaios, [S. l.], n. 13, p. 154–165, 2011.

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MAGALHÃES, G. (Org.). Projeto Eletromemória: História e Paisagem (dossiê). Revista Labor &amp; Engenho, vol. 9, n. 1, 2015.

MENEGUELLO, Cristina. “Novos espaços, novas invisibilidades: sobre recentes processos de valorização do patrimônio industrial em cidades brasileiras”. II Congresso Internacional sobre Patrimônio Industrial. Porto, CD ROM, 2014

MENEGUELLO, C. Patrimônio industrial como tema de pesquisa. Anais do I Seminário Internacional História do Tempo Presente. Florianópolis: UDESC; ANPUH-SC; PPGH, 2011.

PISTORELLO, Daniela; COELHO, Ilanil. O (não) lugar das memórias de trabalhadores em cidades industriais: por uma história social do patrimônio industrial de Joinville. In.: DE BEM, Judite. (org.) VII Jornadas do Mercosul: memórias, arquivos, patrimônios e estudos latino-americanos. Canoas: Editora Unilasalle, 2022. p. 225-231.

RODRIGUES, M. Patrimônio industrial: entre o fetiche e a memória. Revista Arq.Urb. (USJT), n.3, 1º. sem. 2010, p.31-40.

Proponentes

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